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BREVE HISTÓRIA DO JORNALISTA EDGAR DE CAMPOS PROENÇA

Edgar de Campos Proença nasceu em Belém-PA, em 04.02.1892. Bacharel em Direito, foi também compositor, dramaturgo, diretor do Theatro da Paz, funcionário público, despachante na Fábrica Palmeira e um dos fundadores do Paysandu Sport Club. Porém, foi como jornalista e radialista que Proença deixou seu nome marcado na história do futebol paraense.

Durante sua carreira no jornalismo, escreveu em jornais já extintos como O Paraense e Vanguarda. Como radialista participou da fundação da PRC5 Rádio Clube do Pará, em 1923, juntamente com Roberto Camelier e Eriberto Pio dos Santos, tornando-a a quarta emissora do Brasil e a primeira da Amazônia. De acordo com informações da equipe que trabalhou com Edgar Proença, ele sempre teve um apego muito forte pelo futebol, o que influenciou diretamente na sua carreira.

A Clube foi a primeira emissora do Brasil a transmitir uma partida de futebol fora do eixo Rio de Janeiro-São Paulo. Realizada na data de 03.04.1938 e narrada pelo próprio Edgar Proença no Estádio Evandro Almeida (Baenão). Tratou-se do clássico RexPa de número 100 pela Taça da Paz, no qual o Clube do Remo saiu com a vitória de 5x1 em cima do maior rival.

Em entrevista concedida ao Blog Mangueirão da Memória, Cláudio Guimarães, um dos grandes locutores da Rádio Clube do Pará, relembrou a maneira característica de Proença para narrar os jogos de futebol. “Quando tiveram a ideia dele narrar o primeiro jogo, ele era também colunista social na própria rádio, dava notícia da sociedade e ele falava calmo [...] Ele não tinha assim, na narração dele, aquela vibração que o locutor esportivo tem de hoje, era uma coisa muito cordial. Mas, foi o primeiro narrador esportivo do Pará [...].”, comentou.

Edgar Proença teve uma carreira significativa com direito a diversas honrarias e acontecimentos marcantes, porém, é difícil encontra-los devido à escassez de registros sobre o mesmo. Dentre o pouco que foi descoberto, sabe-se que ele conquistou o prêmio de Melhor Dramaturgo da Amazônia e do Norte e Nordeste nos anos 50. E que foi ele quem apelidou o Clube do Remo de “Leão Azul”, ao publicar na página do jornal a seguinte frase: “Como um Leão Azul de garras aduncas, o Clube do Remo lavou a alma da cidade”, após o clube ter conquistado uma vitória no dia anterior.

Atualmente, empresta seu nome ao Estádio Olímpico do Pará (EOP). Porém, é preciso ressaltar que até o presente momento seu nome está grafado errado no EOP. Nele, está escrito “Edgar Augusto Proença”, nome de seu neto, o verdadeiro homenageado se chama Edgar de Campos Proença.

A geração Proença segue fazendo história no âmbito da comunicação. Filhos e netos de Edgar Proença apresentam programas de rádio e TV, incluindo a Rádio Clube. Como exemplo pode-se citar Edyr Proença (filho), que brilhou na Rádio Clube do Pará como um dos maiores locutores da emissora; Edgar Augusto Proença que atua na Rádio Cultura FM com seu programa Feira do Som; Ana Carolina Proença que escreve até hoje para o jornal Diário do Pará. A seguir, alguns registros sobre Edgar Proença.


Foto 01: Fotografia de Edgar Proença.

Fonte: Acervo particular de Raimundo Alfredo Borges.

Fotografia 2: Visita do Clube Náutico Capibaribe para jogar em Belém.


Ordem da esquerda para a direita de pé: Arlindo Louchards, Edyr Proença, Manoel Oliveira e Moacyr Calandrine. Sentados: Laurechindo Soares, Fausto Aguiar, Eládio Carvalho, Edgar Proença e Nilo Franco.

Fonte: Arquivo exclusivo da Rádio Clube do Pará

Texto: Denize Leal


Fonte: Entrevista com Cláudio Guimarães, locutor esportivo da Rádio Clube do Pará, realizada em 19/09/2020.

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