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O GRAMADO DO ESTÁDIO OLÍMPICO DO PARÁ

Atualizado: 8 de nov. de 2019

Assim como em todos os estádios, o gramado do Mangueirão também tem sua história. Juntamente como a história sobre a construção do Estádio, o gramado do Mangueirão também teve três tipos de grama para sua implantação. Cada uma com suas peculiaridades, notadamente a como ocorre o seu processo de irrigação e manutenção do gramado.

O gramado do Mangueirão foi implantado na década de 1970, pela Faculdade de Ciências Agrárias do Pará (FCAP), a primeira gramínea utilizada nessa década era da variedade “Pancuã”. A partir de 2001, importado do interior de São Paulo, a segunda variedade da gramínea é da família da “Bermuda”¹ e chama-se “Tifton 419”, biologicamente conhecida como “Cynodon SPP², sendo um gramado para clima quente tropical. Na terceira e última etapa de implantação, o gramado foi trocado para a mesma família da Bermuda, porém com a sua variedade da gramínea atualizada para “Celebration”³. E, dessa vez, esse gramado veio diretamente de Vigia de Nazaré (PA), sendo o que está até os dias atuais (Figura 1).


Figura 1 – Vista do gramado a partir da arquibancada

Fonte: Arquivo do Centro de Visitação Estádio Olímpico do Pará, 2018.

O sistema de drenagem na época da “Pancuã” era o de tubo de concreto. Quando foi implantado a “Tyfton 419”, o sistema de drenagem também foi trocado e o novo passou a ser de tubo flexível “Ranhurado”4. E assim foi mantido até os dias atuais, mesmo após a terceira troca de gramado para o “Celebration”.

Por sua vez, o processo de manutenção e cuidados do gramado ocorrem de acordo com as condições climáticas. Assim, quando o tempo está chuvoso, a irrigação ocorre duas vezes ao dia durante vinte minutos, isso de acordo com o índice pluviométrico. Quando está ensolarado, a irrigação ocorre duas vezes ao dia, das 8h às 9h3, pela manhã, e das 16h às 17h, pela parte da tarde. O corte do gramado ocorre três vezes por semana com uma máquina especifica que faz o corte helicoidal, em uma altura de 2cm.

O gramado possui duas maneiras de percolação da água (escoamento). A primeira é externa, consistindo no boleamento do gramado que vai do eixo central do campo para laterais, ou seja, ele é levemente curvado para a água escoar direto para as valas laterais. A segunda é interna e caí diretamente no sistema espinha de peixe, sendo o processo que “[...] conduz toda a água de sub-ramais de dreno para um ramal único que é ligado na rede de drenagem.” (ROSSI, 2018).


Figura 2 – Processo de irrigação do gramado

Fonte: Arquivo do Centro de Visitação Estádio Olímpico do Pará, 2018.

Notas:

¹ Descritas como uma das piores ervas daninhas do mundo (a conhecida grama seda), mas também como sendo a planta com a maior distribuição geográfica do planeta; as gramas Bermudas prestam um grande serviço à humanidade. A alta taxa de crescimento deste gênero, resulta em uma capacidade de altíssima recuperação em áreas marginais ou danificadas por tráfego excessivo. Chegou a ser demonstrado (Busey e Myers, 1979), que num ambiente ideal de crescimento, temperatura, umidade e nutrição e com multiplicações frequentes e programadas, seria possível em um ano, a partir de 1m2 de Bermuda, cobrir 50% da área do mundo.

² C. magenissii 2n=27 (Tifton 328, 419, Tifdwarf e muitos outros).

³Algumas destas novas variedades, como Celebration, possuem uma maior capacidade de se desenvolver em áreas com sombreamento moderado e menor crescimento vertical, proporcionando uma manutenção com frequência de poda menor.

4As conexões ranhuradas unem-se aos tubos através de acoplamentos, sem solda ou rosca, isso torna a montagem das redes muito mais prática e rápida.

Texto: Amanda Silva. Elaborado a partir de informações fornecidas por Raimundo Nonato Mesquita, Engenheiro Agrônomo e ex-jogador dos Clubes Tuna Luso Brasileira, Clube do Remo e Paysandu Sport Clube, durante entrevistas concedidas em novembro de 2018.

REFERÊNCIAS:

AMARAL, Roberto. Principais espécies e variedades de grama. Disponível em: <http://infograma.com.br/wp-content/uploads/2015/10/PRINCIPAIS-ESP%C3%89CIES-E-VARIEDADES-DE-GRAMAS.pdf>. Acesso em: 06 nov. 2018

ROSSI, Fabrício. Drenagem de campo de futebol, passo a passo! Disponível em: <https://pedreirao.com.br/drenagem-de-campo-de-futebol-passo-a-passo/>. Acesso em: 07 nov. 2018.

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