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Breve história do mangueirão, O COLOSSO DA AMAZÔNIA.

Foto do escritor: mangueiraodamemoriamangueiraodamemoria

Atualizado: 18 de fev. de 2020


Foto tirada do alto da arquibancada, com uma visão ampla do gramado de 105m x 68m, no entorno do gramado há uma pista de atletismo de 400m com listras azul celeste e branco. Também é possível ver o outro lado da arquibancada coberta e acima dela, grande parte do céu.
Foto do Estádio por dentro

O Estádio Olímpico do Pará Edgar Proença tem uma longa história desde a sua maquete até sua materialização propriamente dita, conforme relatado por Sinei Soares Monteiro em sua dissertação para obtenção do título de mestre.

O “Mangueirão”, como é carinhosamente chamado pelos mais íntimos, tem início desde a década de 60, em meio a Ditadura Militar pelo qual passava o Brasil, e, enquanto projeto, surgiria para solucionar não somente a necessidade que o Pará tinha de possuir uma praça esportiva estadual, como também, o de aliviar o incômodo que passava a população paraense, o de não participar de médios e grandes eventos futebolísticos por não possuir um estádio que pudesse receber tais eventos, como a Mini Copa e a Taça Independência.

Segundo Monteiro (2009) “a construção do Mangueirão também foi uma manobra de marketing, para que fosse materializado em forma de estádio, o crescimento econômico do Estado”, e também, de ser o legado político do então Governador do Estado da época, o Alacid da Silva Nunes, conforme relatado nos periódicos da época, como A Província do Pará e O Liberal, assim como, nas revistas da época, como a Revista Placar, que anunciava da seguinte forma “Tremendo reboliço, um estádio na selva”(Placar, 1970).

      Durante a existência da Mini Copa, a mesma foi sediada em várias cidades brasileiras, entretanto, o certame não chegou à capital paraense, haja vista a ausência de um estádio que pudesse receber a competição, o que segundo o regulamento da então Confederação Brasileira de Desportos (CBD - atual Confederação Brasileira de Futebol - CBF), era necessário um estádio com capacidade de 40 mil pessoas, e até então, não existia no Estado uma praça esportiva com tamanha capacidade. Os estádios Leônidas Sodré de Castro (Curuzu – Paysandu), Evandro Almeida (Baenão – Remo) e Francisco Vasques(Souza – Tuna) tem capacidade inferior ao que fora exigido pela CBD, tendo suas capacidades, respectivamente 16.400, 14.600 e 5.000, sem contar que são estádios particulares, colocando em evidência a necessidade do Estado de possuir o seu estádio.

O “legado Mangueirão” não foi idealizado por Alacid Nunes, os periódicos relatam o estádio como “velho sonho dos paraenses” todavia ele tem sua construção quando o então Governador desejava construir um estádio que fosse tão grande quanto o Estado, com uma capacidade inicial acima de 100 mil pessoas, e que nele, o povo paraense torcesse e pulsasse pelos seus clubes assim como nas demais cidades brasileiras.

Com arquitetura ímpar, projetado pelo arquiteto Alcyr Meira e executado por sua empresa, a Estacon Engenharia para atender o desejo do governador, ressaltando o nome oficial do estádio que foi por 21 anos de Estádio Estadual Alacid Nunes. Sem dúvida, colocar o próprio nome numa obra tão marcante para o Estado, no local onde ocorre o Clássico-Rei da Amazônia foi um grande legado, mesmo com a divergência colocada pelo então Deputado Carlos Vinagre durante uma sessão na Assembleia Legislativa do Estado dedicada a construção do estádio, no qual propôs o nome do estádio para “Magalhães Barata”, o que segundo ele, “Magalhães Barata fora um ícone do cenário político paraense, bem mais representativo que o governador” (grifo nosso), porém a divergência passou e o nome permaneceu.

Tempos depois, após a maior intervenção ocorrida no estádio, nada mais que a sua conclusão, o estádio mudou de nome, passou a ter pista olímpica, retirada a arquibancada popular conhecida como “geral” e passou a chamar-se Estádio Olímpico do Pará Edgar Proença, sendo homenagem ao ilustre jornalista da Rádio Clube do Pará, o que de certa forma, solucionou a questão do nome, todavia, nem Alacid Nunes, nem Magalhães Barata, e nem mesmo Edgar Proença caiu ao gosto popular do que Mangueirão.

       A construção, outro capítulo de sua história, pois enquanto projeto, havia 2 locais para a sua construção, o primeiro, no bairro Nova Marambaia, na Rodovia Augusto Montenegro(local onde foi erguido) nas proximidades de terrenos particulares e da Marinha do Brasil, e o segundo, na Boulevard Doutor Freitas(hoje Avenida Perimetral), num terreno que seria cedido pela Universidade Federal do Pará (UFPA), e o terceiro, também na Boulevard Doutor Freitas, na lateral esquerda pela Avenida Visconde de Inhaúma efundo pela Travessa Alferes Costa, no bairro do Marco.

O segundo local era a princípio o mais viável, afinal, o Estado passou por dificuldades financeiras na construção do estádio, e a inserção da UFPA iria trazer mais dinheiro, pois, a participação direta da Universidade traria recursos oriundos do Ministério da Educação e Cultura (MEC), além de recursos estaduais, oriundos da Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (SEEL), da venda de camarotes, no valor de 8 mil cruzeiros, patrocinado pelo Banco Sul Brasileiro S/A. Apesar disso, o estádio foi erguido no Bairro da Nova Marambaia(na época), porém com capacidade reduzida, saindo de 120 mil para 60 mil pessoas, e atualmente tem sua capacidade máxima 45.007 pessoas, e tempos depois, de Nova Marambaia, o bairro em que está localizado passou a chamar-se Benguí, e hoje, o entorno do estádio, leva o nome popular do estádio.

       No dia 20 de janeiro de 1978, a “Província do Pará” noticiava o dia da inauguração do estádio, na partida que valia pelo Campeonato Brasileiro , entre Clube do Remo e Operário-MT. Este jogo, além de atender a “pressa” por inaugurar o estádio, para que o povo paraense não fosse alijado da Mini Copa, também serviu para homenagear os operários, pessoas que estavam presentes na construção, porém não haviam recebido as honrarias pelo trabalho, e que produziram algo tão grandioso para o Estado do Pará, o que oportunizou também em reverter a imagem que foi gerado sobre a classe trabalhadora, devido a greves e ações realizadas contra o governo.

Mesmo parcial, o estádio foi palco de grandes momentos dos clubes paraenses, como a conquista da Taça de Prata conquistado pela Tuna Luso no ano de 1985, e o título de campeão brasileiro da Série B em 1991, conquistado pelo Paysandu, e de grandes jogos do Clube do Remo

       Em 2001, novamente o estádio passar por uma intervenção, desta vez, com significativas transformações, como a perda da Arquibancada Popular(Geral), para dar lugar a Pista Olímpica, e assim, o estádio ganha uma nova versão, a de estádio Olímpico, e a sua conclusão, na fala do então governador do Estado Almir Gabriel: “Aos desportistas e ao povo eu entrego este símbolo de nossa capacidade, da nossa confiança, da nossa auto-estima e honra: o estádio olímpico do Pará”.

   Seja em clássicos ou contra demais clubes do país, onde o futebol paraense expôs sua força e conseguiu grandes feitos. O Estádio Olímpico do Pará Edgar Proença é querido pelo povo paraense, considerando principalmente em dia de Re x Pa, em que todos os caminhos levam ao Mangueirão.

        Haja vista a ocorrência de fatos desportivos e outros de grande relevância para a população paraense ao longo dos 38 anos de história do estádio, a saber, maior público em uma partida de futebol na ocasião de uma greve dos rodoviários, no ano de 2003, numa partida realizada valendo pela Copa Libertadores da América entre Paysandu – BRA x Boca Juniors – ARG, no total de 65.450 expectadores, maiores públicos do Brasil em competições de atletismo, no Gran Prix Caixa de Atletismo, com a marca de mais de 42.000 expectadores presentes, gerando reconhecimento internacional, eventos de grande porte, de cunho religioso, como a celebração da Assembleia de Deus, nos anos de 2014 e 2015, o aniversário da Igreja do Evangelho Quadrangular no Estado do Pará, o Programa Super Impacto Belém da Igreja Adventista, e no ano de 2016, a realização do XVII Congresso Eucarístico Nacional, realizado pela Arquidiocese de Belém.



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© 2017 por Mangueirão da Memória: resgate digital e patrimonial do Estádio Olímpico do Pará Edgar Proença

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